A candidata da Rede Sustentabilidade à Câmara Municipal de Manaus, Vanda Witoto, participou ativamente de uma Audiência Pública na Câmara Municipal de Manaus (CMM) sobre o Plano de Ação Climática da cidade, nesta quarta-feira, 21/8. A audiência, que deveria ter contado com a presença de representantes dos 16 órgãos municipais que integram o Comitê Municipal de Mudanças Climáticas, criado em maio de 2023 pela Prefeitura de Manaus, acabou esvaziada pela ausência da maioria dos membros do Comitê e pela retirada precoce da única representante presente, a subsecretária da Semmasclima, Aldenira Queiroz.
Durante a audiência, Vanda Witoto, que é reconhecida por sua atuação como ativista ambiental, indígena e climática, expressou indignação com a falta de avanços concretos por parte do Comitê. “Repudio a ausência da representante da Semmasclima, que se retirou do local antes de ouvir os presentes. É um desrespeito com os representantes da sociedade civil que estão aqui. Manaus criou uma Política Pública em 2010 para enfrentar as mudanças climáticas, e 14 anos depois não há uma diretriz clara, não há um plano de enfrentamento do problema”, criticou Vanda.
Witoto enfatizou a gravidade da crise climática enfrentada por Manaus, destacando que a cidade promulgou uma Política Municipal de Combate ao Aquecimento Global e às Mudanças Climáticas em 1º de dezembro de 2010, ano marcado pela segunda maior seca da história do Rio Negro, e que em 2023, ano em que a maior seca histórica foi registrada, o Comitê Municipal de Mudanças Climáticas ainda não entregou ou iniciou a elaboração do tão necessário Plano de Ação Climática. “Vemos um PowerPoint de 4 slides sem efetivamente nenhuma ação concreta ou estratégia de combate às mudanças climáticas. Isso é preocupante”, afirmou.
A subsecretária da Semmasclima, Aldenira Queiroz, teve uma breve participação, onde justificou a ausência de um plano robusto devido à dependência da contratação de empresas externas para a elaboração do documento. Após sua apresentação, Aldenira deixou a plenária, o que resultou na ausência de representantes do governo municipal durante grande parte da audiência, que contou apenas com a presença do vereador que propôs a Audiência Pública.
Vanda Witoto propôs que a Câmara Municipal de Manaus não só cobre a criação imediata do Plano de Ação Climática, mas também considere a dissolução do atual Comitê Municipal de Mudanças Climáticas, substituindo-o por um novo órgão que inclua a participação ativa da sociedade civil, cientistas e pesquisadores locais. “Precisamos de um comitê que realmente represente os interesses de Manaus e que seja capaz de implementar ações concretas para enfrentar os desafios climáticos. Não podemos mais esperar enquanto a cidade e o povo sofrem as consequências. Aqui nesta Audiência estão os cientistas e os pesquisadores, com propostas reais para esse Plano. Já que a Semmasclima não tem o que apresentar para nós, ela precisaria estar aqui, ouvindo tudo o que foi dito por estas pessoas, que estão lá na ponta lutando pela Amazônia”, disse Vanda.
A ativista ressaltou que a estratégia do Poder Público de enfrentamento não pode ser apenas assistencialista. “O único plano que vemos as pessoas falando dessas secretarias, é mandar um galão de água para os nossos territórios, para as comunidades ribeirinhas e uma cesta básica, que eles fazem um barulho grandioso na mídia de que estão fazendo alguma cosia, mas isso não pode ser o plano de enfrentamento às mudanças climáticas para este Estado”, criticou.
Com essa intervenção, Vanda Witoto reafirma seu compromisso com a defesa do meio ambiente e a luta por políticas públicas efetivas que garantam um futuro sustentável para Manaus e toda a Amazônia.